Durante toda nossa vida ansiamos por mudanças. Algumas acontecem espontaneamente. Outras precisam de um empurrãozinho. Mas as mais valiosas, as mais desejadas, demandam muito, muito esforço e dedicação. Porém, mudanças tem consequências, e quase sempre não ligamos muito para as ruins, pensamos apenas no que virá de bom.
Não estou falando de peso e medidas dessa vez, nem problemas de auto-imagem. A mudança que me ocorreu nesse tempo foi resultado de uma verdadeira guerra, travada por 2 anos. Depois de 2 anos de cursinho consegui entrar na faculdade que tanto sonhei, USP. Afinal o unico modo de fazer uma faculdade de qualidade, viavél ao meu orçamento, seria entrar numa pública ou em uma muito barata.
Mas eu não sabia que teria de mudar. Isso pra mim é um trauma terrível. Sempre fui muito tímida, e muito grudada a minha família. Principalmente com a minha mãe. Confesso que parece ser um comportamento infantil, e talvez seja mesmo, mas não consigo ficar longe dela. Quando era criança chegava a adoecer quando ficava dias na casa de um parente próximo. Mas por outro lado essa mudança brusca pode consertar isso. Mesmo que doa, que me angustie.
Eu nunca tive uma grande conquista em toda minha vida. Não tinha nada para me orgulhar. Muito pelo contrário. Confesso que minha auto-estima melhorou um pouco, pois sempre me achei um lixo. Bullying faz isso com as pessoas. Mas apesar de me dar mais valor como pessoa, continuo odiando a minha aparência. As meninas na faculdade são feitas de porcelana, são detestavelmente lindas. Isso acaba comigo.Tenho recusado a festas, comemorações, cervejadas, viagens. Tenho vergonha de mim mesma, odeio a mais singela ideia da possibilidade de parecer ridícula no meio de seres tão perfeitos.
O fato de passar no vestibular me deixou muito feliz por um tempo. Agora estou só meio feliz, afinal minha antipatia por mim mesma, pela minha aparência, não me deixa ser feliz por inteiro. Assim como um copo meio cheio, meio feliz é o mesmo que meio infeliz.
Ando sem tempo nenhum, tenho milhoes de tarefas por dia. Tenho uma espécie de emprego que não é remunerado, mas dá muito trabalho. E com isso passo horas sem parar para me alimentar corretamente. Cheguei a emagrecer uns dois quilos, mas as vezes a minha única opção é comida gordurosa e calórica, e isso me preocupa. Não posso ficar sem comer, meu ritmo de tarefas é muito acelerado, não posso adoecer. Mal consegui postar. Cheguei escrever o título umas duas vezes, e alguma coisa me interrompia. Não gosto de postar na frente de ninguem. Tentarei postar no mínimo uma vez por semana. Postar aqui e olhar outros blogs me inspira, mantem meu foco. Não posso perder esse contato.
Há quilometros de casa, morando com um parente distante, sem tempo para respirar, e me odiando fisicamente, vou seguindo em frente.
Abraço apertadíssimo p/ todas vocês!