12.6.11

Tudo novo em 6 meses

 Durante toda nossa vida ansiamos por mudanças. Algumas acontecem espontaneamente. Outras precisam de um empurrãozinho. Mas as mais valiosas, as mais desejadas, demandam muito, muito esforço e dedicação. Porém, mudanças tem consequências, e quase sempre não ligamos muito para as ruins, pensamos apenas no que virá de bom.
Não estou falando de peso e medidas dessa vez, nem problemas de auto-imagem. A mudança que me ocorreu nesse tempo foi resultado de uma verdadeira guerra, travada por 2 anos. Depois de 2 anos de cursinho consegui entrar na faculdade que tanto sonhei, USP. Afinal o unico modo de fazer uma faculdade de qualidade, viavél ao meu orçamento, seria entrar numa pública ou em uma muito  barata. 
Mas eu não sabia que teria de mudar. Isso pra mim é um trauma terrível. Sempre fui muito tímida, e muito grudada a minha família. Principalmente com a minha mãe. Confesso que parece ser um comportamento infantil, e talvez seja mesmo, mas não consigo ficar longe dela. Quando era criança chegava a adoecer quando ficava dias na casa de um parente próximo. Mas por outro lado essa mudança brusca pode consertar isso. Mesmo que doa, que me angustie.
Eu nunca tive uma grande conquista em toda minha vida. Não tinha nada para me orgulhar. Muito pelo contrário. Confesso que minha auto-estima melhorou um pouco, pois sempre me achei um lixo. Bullying faz isso com as pessoas. Mas apesar de me dar mais valor como pessoa, continuo odiando a minha aparência. As meninas na faculdade são feitas de porcelana, são detestavelmente lindas. Isso acaba comigo.Tenho recusado a festas, comemorações, cervejadas, viagens. Tenho vergonha de mim mesma, odeio a mais singela ideia da possibilidade de parecer ridícula no meio de seres tão perfeitos. 
O fato de passar no vestibular me deixou muito feliz por um tempo. Agora estou só meio feliz, afinal minha antipatia por mim mesma, pela minha aparência, não me deixa ser feliz por inteiro. Assim como um copo meio cheio, meio feliz é o mesmo que meio infeliz.

Ando sem tempo nenhum, tenho milhoes de tarefas por dia. Tenho uma espécie de emprego que não é remunerado, mas dá muito trabalho. E com isso passo horas sem parar para me alimentar corretamente. Cheguei a emagrecer uns dois quilos, mas as vezes a minha única opção é comida gordurosa e calórica, e isso me preocupa. Não posso ficar sem comer, meu ritmo de tarefas é muito acelerado, não posso adoecer. Mal consegui postar. Cheguei escrever o título umas duas vezes, e alguma coisa me interrompia. Não gosto de postar na frente de ninguem. Tentarei postar no mínimo uma vez por semana. Postar aqui e olhar outros blogs me inspira, mantem meu foco. Não posso perder esse contato.

Há quilometros de casa, morando com um parente distante, sem tempo para respirar, e me odiando fisicamente, vou seguindo em frente.

Abraço apertadíssimo p/ todas vocês!


2 comentários:

  1. PARABÉNS!!!!!!!!!!!! Uau, grande conquista, estou orgulhosa!!! *----------* Engraçado, eu sempre quis sair de casa, completamente o contrário de vc. Meu objetivo era passar dos 16 aos 18 anos trabalhando e juntando dinheiro p/ isso, quando eu fizesse 18 então passaria no vestibular, iria p/ moradia estudantil na USP e continuaria trabalhando e estudando. Foi tudo tão completamente diferente dos meus planos, e agora eu ainda estou na casa dos meus pais - aos 20 anos. XD
    Vai ser muito importante p/ o seu amadurecimento sair de casa, vc vai se tornar uma mulher de verdade com isso. Te invejo, ainda me sinto, sou, uma menininha ao depender dos meus pais.
    O negócio com estar insatisfeita consigo mesma é q instiga todos à volta a também ficarem. Quer dizer, ñ sei o seu IMC, mas talvez se você fosse a essas festas, se enturmasse, as pessoas te veriam melhor. Eu ouvi mto nos tempos de colégio q eu "me isolo". É isso, a gente se isola por medo de ser repreendida, e depois, somos repreendidas por nos isolarmos... ¬¬'
    No fundo o nosso comportamento atípico, retraído, chama mais a atenção que a nossa aparência. Mas não adianta tentarmos forçar a barra, tentarmos parecer quem não somos. Tem gente que nasce com o dom de fazer isso de modo bem-sucedido, ñ é o nosso caso. Temos que resolver nossa auto-insatisfação primeiro. Vc vai ver só como daí por diante tudo começa a fluir, incluindo as relações com os colegas.
    Passei pelo mesmo processo q vc, passei no vestibular e essa era a minha prioridade, depois mergulhei de cabeça na tarefa de mudar o meu corpo, negligenciei todo o resto, inclusive o curso que tanto me custou para entrar. Mal deu para me sentir feliz pelo curso. Só consigo pensar na minha aparência. Isso foi ruim porque agora, com as más notas que tirei no primeiro ano, acabaram-se as minhas possibilidades de um dia vir a lecionar em uma universidade pública. Meu curriculum ficou estragado para sempre. Eu, que sempre tirei as melhores notas nos ensinos fundamental e médio.
    Mas eu espero q venha a ter as suas compensações. Se esse sacrifício foi necessário para que eu um dia venha a ter um parceiro que me ache atraente e sinta desejo por mim, para que eu possa sociabilizar sem medo, vai ter sido compensatório. Ñ se pode ter tudo.
    Eu só te peço para não cometer o mesmo erro que eu. Deixei a faculdade de lado ao ponto perigoso de prejudicar a minha carreira. Tente ser mais sábia do q eu e achar um ponto de equilíbrio, conciliar as coisas. É possível, eu que não soube como fazer, inexperiência.
    Tente olhar a metade cheia do copo =) Ajuda a preencher o resto ^^'
    Espero q vc consiga encontrar as alternativas para se alimentar sim, mas com os alimentos certos, os saudáveis. Definitivamente não é fácil. Já pensou em comer no bandejão? Barato e sempre oferece alternativas saudáveis.
    Beijos e reitero: há uma metade cheia no copo, valorize-a ao máximo que puder

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  2. Tal qual eu...
    É incrível mesmo, sou assim também. E sabe o que? Sempre sonhei em sair do Brasil pra estudar, e esses dias vi que tava na hora de começar a guardar o dinheiro e organizar as coisas, pra, segundo meus cálculos, poder partir em 2013 pra uma das cidades com as quais sempre sonhei... Sabe o que passou pela minha cabeça? Como vou deixar minha mãe aqui? Será que eu vou conseguir me virar sozinha em uma enorme cidade?
    Acho que a gente quase tem que forçar, provavelmente vai doer um pouco, mas se esse é o nosso empurrão, então que seja!

    Desde que entrei na faculdade tenho visto pessoas com "vidas perfeitas", uma realidade absolutamente diferente da minha. Enquanto eu reclamo que to cansada do trabalho, eles reclamam que fizeram muito exercício na academia de tarde... Enquanto eu reservo alguns livros da bibliografia básica ou pego as ´partes mais importantes no xerox, eles compram até os livros da bibligrafia complementar...
    enfim...
    Espinhas não existem e gordura é coisa de outro mundo...
    Danem-se eles.

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